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Tráfico de pessoas: aliciadores usam redes sociais para falsas promessas; ‘Traumatizante’, diz vítima que conseguiu fugir; saiba como denunciar

Registros deste tipo de crime aumentaram no Paraná, em 2021. Especialistas afirmam que promessas de emprego muitas vezes viram casos de exploração sexual e de trabalhos análogos à escravidão

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| Foto: Reprodução/RPC|
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Atração fácil, exploração física e diferentes tipos de abuso. Estas são as principais características do tráfico de pessoas. O crime é passível de pena de até 8 anos de cadeia e acontece mesmo quando as vítimas concordam com as situações, geralmente boas histórias no início.

O Paraná registrou aumento no número de casos de tráfico humano registrados no estado em 2021, na comparação com o ano anterior.

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Dados exclusivos obtidos pela RPC junto à Secretaria da Justiça mostram que 199 pessoas foram encontradas neste tipo de situação no ano passado, contra 135 em 2020.

Por um lado, diminuíram os casos ligados a abuso sexual. Foram 89 em 2020 , contra 18 no ano passado. Por outro, o número de pessoas encontradas em trabalho análogo à escravidão cresceu oito vezes, saltando de 20 em 2020 para 164 no ano passado.

O Brasil tem uma política nacional de combate ao tráfico humano, e as autoridades sabem que os números podem ser bem maiores.

A coordenadora do Núcleo de Combate ao Tráfico de Pessoas da secretaria, Silvia Xavier, explica que em muitos casos os aliciadores fazem promessas de trabalho, por exemplo, em times de futebol, na indústria têxtil, ou na indústria de modelos.

Na maioria das vezes, as ofertas atrativas acabam se tornando casos de exploração sexual e trabalho escravo.

A RPC conversou por telefone com uma vítima que tem medo de se identificar. A mulher paranaense foi até um local que parecia ser uma agência de empregos regular e recebeu uma oferta para trabalhar na Espanha.

Ao chegar no país europeu, foi levada a uma casa de prostituição internacional.

“Falaram que poderia trabalhar de baby sitter, em cafeteria. Tinha vários é…que eu poderia, né, me enquadrar na vaga. E eu aceitei, né, que quando chegasse no local ia ver o que estava disponível, mas era isso. E quando eu cheguei não era isso. Chegou lá tinha um casal me esperando e me levaram para um alojamento e ai lá eu vi que não era o que eles falaram”, relata.

A mulher conseguiu escapar e voltou para o Brasil sem se prostituir. Tudo porque teve as malas extraviadas na viagem de ida. Ela vive com medo desde que voltou ao país.

“Foi uma situação bem complicada, tinham todos os meus dados, todo meu endereço, minha vida toda, né, na minha cidade. Então, foi bem traumatizante, muito medo, porque eu fui em uma agência de emprego, como eu acreditava que era”, conta.

Dados do Ministério da Justiça mostram que 86% das vítimas de tráfico de pessoas para a exploração sexual são mulheres e que 78% das pessoas que aliciam também são. Muitas são colocadas na função de aliciadoras para se livrar da exploração.

Atenção às redes sociais

Especialistas chamam à atenção para o uso das redes sociais, que muitas vezes viram porta de entrada para o crime, já que os primeiros contatos podem ser feitos pela internet.

O especialista em crimes cibernéticos, Demetrius Gonzaga, alerta que podem existir diferentes tipos de perfis falsos no universo digital para chamar a atenção das vítimas.

Ele detalha que muitos aliciadores aproveitam inclusive da crise econômica para fazer promessas de empregos no exterior.

Como denunciar

O Disque Denúncia pode ser acionado também para casos de tráfico ou exploração de pessoas e funciona pelo número 181. Denúncias também podem ser encaminhadas no Paraná pelo e-mail [email protected].

A coordenadora do Núcleo de Combate ao Tráfico de Pessoas reforça a importância de denunciar o crime.

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