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Agronegócio

Fertilizantes: chanceler brasileiro quer flexibilizar sanções dos EUA para ampliar comércio com Irã

Carlos França afirmou que tenta conversar com governo norte-americano para mitigar eventuais falhas

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Velho Oeste

O Senado Federal discutiu nesta quinta-feira (24) os impactos no Brasil da guerra entre Rússia e Ucrânia. Um dos temas colocados foi a questão dos fertilizantes. O ministro de Relações Exteriores, Carlos França, que participou do debate, disse que tenta uma medida com os Estados Unidos para aumentar as importações brasileiras de fertilizantes do Irã, com o objetivo de mitigar eventuais faltas desses insumos vindos do Leste Europeu.

“Eu já pedi uma chamada ao secretário de Estado norte-americano. Espero que nas próximas semanas, nos próximos dias, ele que é um homem muito ocupado, talvez possa me atender, no sábado, como ele já se dispôs, para que nós possamos justamente ver uma possibilidade de minimizar as sanções em relação a fertilizantes, e a possibilidade de que o Brasil possa ter um waiver para importar mais do Irã”, disse o chanceler.

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O Irã enfrenta sanções dos Estados Unidos, e o mecanismo waiver – um pedido de dispensa de cumprimento de cláusulas contratuais – poderia abrir margem para o afrouxamento dessas exclusões.

França lembrou ainda ainda da importância do país do Oriente Médio no mercado de ureia. “O Irã é um grande produtor de ureia, que é necessária para o nosso agronegócio, e tem com o Brasil uma conta de barter, que permite comprar alimentos, medicamentos aqui no Brasil. Eu queria um ’ do governo norte americano, que é quem aplica as sanções ao Irã, para que nós possamos aumentar o comércio de fertilizantes”, disse. As operações de barter permitem que produtores rurais comprem insumos e o pagamento seja feito com a própria produção.

O chefe da diplomacia brasileira também afirmou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, se comprometeu a ajudar nas negociações com os EUA. Guedes teria se dito que falaria com a secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen.

Trigo em pauta

Além dos fertilizantes, foram discutidos os impactos do conflito sobre o mercado de trigo. Sem Rússia e Ucrânia entre os players mundiais do cereal, os preços subiram. Com isso, alimentos como o pão francês e o macarrão também aumentaram de valor.

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, disse que os recursos do Plano Safra 2021/22, caso sejam destravados, podem ajudar na regulação dos preços internos do trigo. Segundo ela, há intenção de aumentar a área de plantio no Brasil, mas há urgência na liberação dessas verbas, pois a janela de semeadura começará em breve.

“A gente vem trabalhando para que a oferta de trigo brasileira aumente. E ela vem aumentando. […] inclusive é a segunda cultura. Você planta a soja, depois você planta o trigo, como você planta a soja e o milho. Então é uma cultura de inverno. Agora em abril, nós estamos aqui muito agoniados com o PLN 1, porque destravando o Plano Safra, a gente sabe que esse ano existe uma intenção do plantio de trigo maior, mas que começa agora, em abril. E a agricultura não espera. Ela tem tempo pra plantar e tempo pra colher. Então, é uma preocupação que a gente tem, em cima do Plano Safra”, apontou a chefe da Agricultura.

Votação à vista

O projeto de lei do Congresso Nacional (PLN) 1/2022 abre o caminho para a retomada do Plano Safra 2021/22. Os recursos para o programa de incentivo da agropecuária acabaram no início do ano. A proposta aloca mais R$ 869 milhões para o encerramento do plano, que vai até o dia 30 de junho.

O incremento precisa ser votado pelo Congresso, mas ainda não foi aprovado pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização. No final do debate, a então presidente da sessão no Senado, senadora Rose de Freitas (MDB-ES), sinalizou que a votação do PLN 1/22 deverá acontecer na próxima terça-feira (29).

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