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Noiva dirige ‘Azeitona’ até o casamento e mostra que o carro também faz parte da família
Alessandra Galhardo dirigiu o próprio veículo até a cerimônia, em Campo Grande, e reforçou que a escolha foi um ato de gratidão.
Acostumada a estar na direção do “Azeitona” diariamente, a missionária evangélica e secretária administrativa Alessandra Lima Galhardo, de 39 anos, não abriu mão de dirigir o próprio carro nem no dia do casamento. Ela atravessou Campo Grande com seu “Uninho” preto, chamou atenção de vários motoristas e alcançou o objetivo de “ser grata pelo que tem”.
“Eu nunca entendi porque as noivas locavam carros ou pegavam o melhor da família. Eu decidi que iria com o meu para honrar minha história”, declarou Alessandra.
A única acompanhante no trajeto de quase 28 quilômetros do Centro da cidade até a chácara na saída para São Paulo foi a fotógrafa Stephanie Gomes, responsável por registrar a cerimônia.
“Eu amo dirigir e queria ter um momento a sós com Deus. Um momento de gratidão. Ela pediu pra ir junto e eu deixei. Falei: vai fazendo seu serviço e me deixa ir na minha brisa”, lembra.
Chegada do Azeitona
Os motivos para agradecer não eram poucos e, claro, incluíam “Azeitona”. Alessandra conseguiu comprar o carro com a ajuda de amigos que fizeram uma vaquinha pouco após ela ter tido a motocicleta furtada. Na ocasião, ela ainda nem conhecia o agora marido, Lucas Galhardo, de 27 anos.
“Roubaram minha moto em frente a clínica médica onde eu estava trabalhando. Fiquei meio perdida. Não tinha dinheiro para comprar carro ou outra moto aí uma amiga minha decidiu fazer uma vaquinha online”, lembra.
Com o dinheiro da vaquinha somado às economias que ela já tinha foi possível comprar o veículo.
“Dei o apelido de ‘Azeitona’ porque eu amo azeitona”.
O favoritismo que ela tem pelo fruto da oliveira ficou claro quando ela escolheu dar este apelido ao carro. Já o amor pelo veículo ficou evidente no momento em que o decorou com latinhas e frases em lettering feitas pela amiga.
“Foi um momento muito importante pra mim. Por onde atravessei as pessoas davam tchau. Teve gente que emparelhou o carro e disse que eu estava maravilhosa. Também teve gente que gritou que ainda dava tempo de fugir”.
Resultado da fé
Mas desistir do casório nunca passou pela cabeça de Alessandra e Lucas, que começaram a namorar em março de 2021 e casaram oito meses depois. “Me perguntaram se eu estava grávida. Se não achava melhor esperar mais um pouco se não achava muito cedo, mas decidimos nos casar e não tínhamos dúvida”.
Alessandra lembra que estava solteira há 5 anos antes de conhecer Lucas. Neste período, ela estava focada nas missões de evangelização e não buscava relacionamento, apesar de colocar a área dos sentimentos como um dos pontos de suas orações.
Os dois se conheceram em uma vigília da igreja, pouco depois conversaram sobre seus sentimentos e não demorou muito até decidirem pelo matrimônio.
“Em quatro meses e meio realizamos todos os preparativos da festa”.
A celebração
Durante a celebração, a noiva usou um vestido confeccionado pela “Dona Nayara”, amiga da família que fez a peça dos sonhos de menina Alessandra.
“Cheguei com a ideia do vestido com botinha e primeiro ela disse que não, mas foi um sucesso. Ela recebeu muitos elogios também porque era um vestido com proposta diferente dos que ela fazia”.
A missionária usou uma peça no estilo boho, bota e óculos escuros estilo “gatinho”, sua marca registrada.
As alianças foram levadas até o altar pela avó materna de Alessandra, de 93 anos.
“Ela ficou tão feliz quando fizemos o convite e até perguntou: ‘eu não estou muito velha para levar a aliança de vocês? Foi um momento muito emocionante porque sou a primeira neta dela que casou. As outras decidiram morar junto”.
Outro fato marcante, segundo ela, foi o tempo. A chuva marcou a semana que antecedeu o casamento, mas bem no dia dela o sol apareceu. “Foi Deus o tempo todo”, finalizou.