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Indígenas relatam fome, falta d’água e destruição após chuvas na Bahia

Temporais já haviam cortado comunicação das comunidades no meio de dezembro; chuvas do fim de ano pioraram o cenário e pelo menos 9 mil foram afetados

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|Foto: Divulgação/Mupoiba|
Martin Luther – Enem

Lideranças indígenas ouvidas pela CNN relataram cenário de destruição em comunidades no Sul e no Oeste da Bahia após as chuvas que já deixaram 20 pessoas mortas e pelo menos 30 mil desabrigadas. O coordenador do Movimento Unido dos Povos e Organização Indígenas do estado da Bahia (Mupoiba), Agnaldo Pataxó Hã Hã Hãe, calcula que pelo menos 9 mil indígenas foram afetados pelas chuvas, o que equivale a 15% dos 60 mil que vivem no estado.

“São aldeias completamente alagadas, estradas interrompidas impedindo que as comunidades tenham acesso às cidades, vários que perderam todas as suas plantações. Não há água potável. Situação é muito difícil”, afirmou Agnaldo Pataxó Hã Hã Hãe, coordenador do Movimento Unido dos Povos e Organização Indígenas do Estado da Bahia.

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O temporal, classificado pelo governador Rui Costa como o maior desastre natural da história baiana, afetou sensivelmente três povos que vivem no extremo sul do estado: os Pataxó, os Tupinambá e os pataxó Hã Hã Hãe.

O Mupoiba cobra que o governo estadual ajude de forma mais célere os povos tradicionais. O grupo tem articulado doações de materiais de higiene, alimentos e água potável aos que ainda estão isolados e àqueles que perderam suas plantações por conta das fortes chuvas. No momento, segundo o grupo, 10 indígenas estão aguardando resgate aéreo na cidade de Pau Brasil.

“Pontes estão submersas, outras caíram. O que nos resta é fazer campanhas para arrecadar alimentos, tem gente passando frio com a água em suas casas”, afirmou a indígena Nataly, do povo Tupinambá de Olivença.

As chuvas da primeira quinzena de dezembro já haviam afetado sensivelmente os povos indígenas do Sul da Bahia. O Mupoiba enviou um ofício ao governador Rui Costa no dia 16 de dezembro, relatando que centenas de famílias ficaram em “estado de calamidade e vulnerabilidade social, principalmente insegurança alimentar. São famílias ilhadas e isoladas em seus aldeamentos pelas cheias dos rios e destruição de pontes e estradas de acesso às comunidades”, diz trecho do documento.

À CNN, o governador Rui Costa afirmou nesta segunda-feira (27) que a prioridade inicial do governo foi de atender quem corria risco de vida. “O desastre é de tal proporção que a gente buscou socorrer quem corria risco de vida. Agora estamos olhando para as pesoas isoladas. Parece que escolheram a Bahia para fazer de cenário para aqueles filmes de destruição da Terra”, afirmou.

Sicredi
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