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Tropas dos EUA deixam a base aérea de Bagram, principal instalação militar americana no Afeganistão

Espaço foi entregue ao governo afegão. Imprensa especializada aponta para o fim ‘na prática’ da presença americana no país. Ainda há soldados em Cabul que devem retornar aos EUA até o dia 11 de setembro.

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Soldado afegão no portão da base de Bagram em 2 de julho de 2021 — Foto: Mohammad Ismail/Reuters
Rui Barbosa

As tropas dos Estados Unidos deixaram ontem sexta-feira (2) a base aérea de Bagram, principal instalação militar americana no Afeganistão, segundo diversas reportagens da imprensa americana.

O espaço foi entregue para a administração do governo afegão e marca o fim “na prática” dos quase 20 anos de guerra desde os atentados de 11 de setembro de 2001, informou o “The New York Times”.

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Segundo a agência de notícias Reuters, ainda há soldados americanos – o número não é identificado – em uma pequena base na capital Cabul, mas eles devem retornar em breve para a casa.

O presidente americano Joe Biden anunciou a retirada completa das tropas americanas do Afeganistão para para 11 de setembro, depois de adiar o prazo inicial previsto para o 1º de maio.

A saída americana, no entanto, preocupa. Especialistas alertam para o aumento da tensão entre o governo local e o grupo radical islâmico Talibã, o que pode levar a uma guerra civil.

O que era a base de Bagram?

A base aérea de Bagram, que fica a uma hora de distância de carro de Cabul, foi onde os militares dos EUA coordenaram o apoio logístico e de combate de toda a missão afegã.

Também foi ali que a agência de Inteligência americana, a CIA, manteve um centro de detenção ilegal para suspeitos de terrorismo – que o presidente Barack Obama reconheceu terem sido torturados.

Mapa identifica a localização da base aérea de Bagram, no Afeganistão — Foto: G1 Mundo
Mapa identifica a localização da base aérea de Bagram, no Afeganistão — Foto: G1 Mundo

Risco de guerra civil

O principal comandante americano no Afeganistão, Austin Miller, disse a jornalistas que uma guerra civil “certamente é um caminho que pode ser visualizado”.

O “Times” avalia que a partida das tropas acontece em um “momento perigoso” para o Afeganistão com a aproximação do Talibã do controle da capital Cabul.

O Talibã controla cerca de 1/4 de todos os distritos do país, e parece vir ganhando força frente ao exército afegão. Além disso, o surgimento de milícias tem enfraquecido ainda mais o governo central.

Guerra ao terror

Os EUA atacaram o Afeganistão e depois o Iraque após o atentado de 11 de setembro de 2001, quando terroristas derrubaram as Torres Gêmeas do World Trade Center.

As forças armadas dos EUA invadiram o Afeganistão em 7 de outubro daquele ano, menos de um mês após o ataque terrorista.

Na época, o Talibã era liderado por Mohammed Omar e controlava 90% do país, embora não fosse reconhecido como governo pela ONU.

O então presidente americano George W. Bush ordenou a invasão após o Talibã se recusar a entregar Osama bin Laden, arquiteto do atentado às Torres Gêmeas.

Morte de Bin Laden

Osama Bin Laden em frame de vídeo divulgado em maio de 2015. O material estava com documentos apreendidos pela inteligência americana no esconderijo de Bin Laden em 2011, quando o ex-líder terrorista foi morto — Foto: Reprodução/via AFP
Osama Bin Laden em frame de vídeo divulgado em maio de 2015. O material estava com documentos apreendidos pela inteligência americana no esconderijo de Bin Laden em 2011, quando o ex-líder terrorista foi morto — Foto: Reprodução/via AFP

Bin Laden foi morto apenas em 2011, em uma operação americana no Paquistão, já no governo do ex-presidente americano de Barack Obama.

Segundo as Nações Unidoas, mais de 100 mil civis foram mortos ou feridos no conflito apenas na última década.

Desde o início da guerra, os EUA gastaram cerca de US$ 1 trilhão (cerca de R$ 5,7 trilhões) em despesas militares no Afeganistão.

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