Política
Integrantes dos governos estadual e federal discutem projetos da Ferroeste
Técnicos do DNIT, Ministério da Economia e Ministério de Infrestrutura estiveram em Curitiba e Paranaguá para avaliar detalhes dos dois projetos que visam atender todas as regiões do Paraná
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Em um encontro nesta terça-feira (11), Executivos da GT Ferrovias, da Rumo Logística, e uma comitiva do Governo Federal, formada por integrantes do DNIT, do Ministério de Infraestrutura e Ministério da Economia, discutiram nesta terça-feira (12) os planos de ampliação e modernização da malha ferroviária do Paraná. O encontro aconteceu na sede da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).
A Nova Ferroeste deve passar por 49 cidades do Paraná e ligar o município de Maracaju, no Mato Grosso do Sul, ao Porto de Paranaguá. Serão 1.285 quilômetros de extensão de uma nova malha ferroviária desenvolvida para escoar a produção dos dois estados, o Corredor Oeste de Exportação.
Somente em 2020, foram transportadas 12,9 toneladas de produtos sobre trilhos no Paraná, a maior parte, açúcar, soja e milho. A Nova Ferroeste terá capacidade de transportar 38 milhões de toneladas por ano. “Uma ferrovia de baixo custo operacional e alta capacidade de transporte vai fazer com que o produtor e a indústria do Paraná possam ser mais competitivos”, destaca João Mohr, gerente de Assuntos Estruturais da Fiep.
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Atualmente a concessão de uso da ferrovia pertence à empresa Rumo Logística, que tem autorização para operar até 2027. Em conversa com o Governo Federal, a empresa pretende antecipar a renovação da concessão. Para isso, realiza estudos de revitalização da chamada Malha Sul, que compreende os três estados do sul, com 7.223 quilômetros de extensão.
Em junho de 2020, a publicação do decreto estadual nº 5076/2020, previu a criação de um grupo de trabalho que visa a elaboração de um Plano Estadual Ferroviário designado a propor diretrizes para a desestatização e o desenvolvimento sustentável dos serviços de transporte ferroviário. A equipe é composta por representantes de cinco secretarias do Governo do Paraná, podendo consultar ou estabelecer acordos com outras unidades da federação e com o Governo Federal.
Diante do interesse na renovação antecipada da concessão da Malha Sul, o governo do Estado foi convidado a participar das discussões técnicas. A importância em avançar nos dois projetos foi destacada pelo coordenador do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes. “Sem uma ferrovia moderna, que possa atingir o estado como um todo, e o Mato Grosso do Sul e mesmo o Paraguai, a gente pode estar comprometendo seriamente o futuro”, disse.
“A Rumo olha para o Paraná como um dos grandes estados para seus investimentos estratégicos a longo prazo. O estado tem demonstrado um altíssimo gabarito técnico”, acrescenta o representante da Rumo Logística, Danilo Veras.
Uma das principais mudanças é a combinação de distâncias entre os trilhos, chamadas de bitolas, que permite o transporte de cargas mais pesadas, como o carregamento de dois contêineres, um em cima do outro (double stack). Essa transição do modal ferroviário vai atender melhor à demanda de escoamento de cada uma das regiões do estado e reduzir o custo logístico.
O Ministério de Infraestrutura prevê que nos próximos 10 anos 30% da produção agrícola e industrial seja movimentada por ferrovias. “Todo projeto, todo investimento no setor de ferrovias, o ministério tem acompanhado de maneira bem próxima para que possamos ter resultados que coloquem o Brasil como líder na América Latina nesse segmento”, explica André Ludolfo, coordenador de Outorgas Ferroviárias do Ministério de Infraestrutura.
A execução dos dois projetos, em especial a Nova Ferroeste, vai atingir novas fronteiras, gerar outros corredores de negócio e atrair investidores. “A gente vem trabalhando um pouco na parte técnica em si, em cada um dos dois projetos, e ao mesmo tempo tentando enxergar a visão externa, do possível investidor de cada projeto e tentando unir tudo isso num objetivo maior melhorando para todos essa infraestrutura”, resume a assistente técnica do Ministério da Economia, Maryane Araújo.
VISITA TÉCNICA PARANAGUÁ – Uma equipe formada por engenheiros e economistas da Secretaria de Estado do Planejamento acompanhou a comitiva do Distrito Federal no Porto de Paranaguá para conhecer o terminal de contêineres e avaliar locais para a futura instalação de um terminal ferroviário de carga no município. Para Anderson Murbach, assessor técnico do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes a iniciativa privada e o poder público devem trabalhar juntos no planejamento dessa nova ferrovia. “A ideia é a sinergia entre todos os órgãos, junto com as prefeituras e criar um projeto que atenda melhor a todos”, afirmou.
ÁREA DE INFLUÊNCIA – O caminho a ser seguido pelos trens entre Maracaju e Paranaguá, de acordo com os estudos, terá influência direta em 425 municípios (925 indiretamente) dos três estados brasileiros: Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. A área representa cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, estimado em R$ 206 bilhões.
O alcance chega ao Paraguai (114 municípios e 39% da população) e Argentina (38 municípios e 1,2% da população). No total, terá impacto em 9 milhões de pessoas.
A previsão é de que os estudos de viabilidade da Nova Ferroeste sejam finalizados em setembro e os de impacto ambiental sejam concluídos em novembro. A expectativa é colocar a ferrovia em leilão na Bolsa de Valores do Brasil (B3), com sede em São Paulo logo na sequência. O Consórcio que vencer será também responsável pelas obras.
Com informações de AEN PR
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