Política
Após aglomerar com motociclistas, Bolsonaro usa máscara e vai ao Equador para a posse do novo presidente
Lasso toma posse hoje (24) e almoça com os chefes de Estado e governo presentes
O presidente da República, Jair Bolsonaro, desembarcou em Quito, no Equador, na noite deste domingo (23) em sua primeira viagem internacional desde março de 2020 para acompanhar a posse de Guillermo Lasso. De máscara, o mandatário desembarcou acompanhado por seus assessores.
Horas antes, Bolsonaro estava no Rio de Janeiro liderando um ato com milhares de motociclistas.
Sem usar máscara, o presidente causou aglomeração e voltou a discursar contra as medidas restritivas impostas por prefeitos e governadores ao lado do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
Lasso toma posse hoje (24) e almoça com os chefes de Estado e governo presentes. É esperado que Bolsonaro retorne ainda hoje para Brasília.
O novo presidente do Equador é um conservador de direita e venceu o economista de esquerda Andrés Arauz.
Os desafios para o novo presidente
Lenín Moreno entrega a Guillermo Lasso um país com dificuldades ainda mais profundas do que encontrou quando se elegeu quatro anos atrás. Os dois últimos foram especialmente difíceis, veja por quê:
- 2019 — O anúncio do fim de subsídios aos combustíveis foi estopim para uma crise política generalizada que gerou protestos em todo o Equador, sob lideranças indígenas. A repressão foi forte, e houve mortes e toques de recolher.
- 2020 — A pandemia do coronavírus levou Guayaquil, maior cidade do país, a um caos hospitalar e funerário em abril, com corpos deixados abandonados nas ruas. Moradores flagraram urubus voando sobre as casas no auge da crise.
Assim, Lasso assume o poder com o desafio de acelerar a vacinação contra a Covid-19 no Equador, que ainda caminha muito lentamente. Pouco mais de 2% da população foi vacinada com as duas doses até agora.
Ao mesmo tempo, diante de uma economia destruída pelo vírus, o novo presidente terá como desafio reaquecer o dinamismo econômico. Embora tenha uma linha mais ortodoxa, de cortes no orçamento, ele mesmo já admitiu que poderá adotar estímulos para gerar mais empregos nos próximos anos.
FONTE: Terra/G1