Fale com a gente
Gramado Presentes

Geral

OAB-PR pede afastamento de PM que agrediu mulher imobilizada no chão e de comandante da ação

PM disse ter aberto procedimento interno para apurar conduta. Imagens registraram momento em que jovem de 28 anos recebeu golpe no rosto, em Curitiba

Publicado

em

| Foto: Reprodução/g1|
Gramado Presentes

A Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR) protocolou, na segunda-feira (25), um pedido na Corregedoria da Polícia Militar (PM) de afastamento imediato do policial militar que agrediu uma mulher imobilizada no chão durante uma abordagem em Curitiba e do oficial que comandava a operação.

O caso aconteceu durante uma abordagem da polícia a uma hamburgueria de Curitiba na sexta-feira (22).

lift training

As imagens mostram o momento em que o agente derruba a dona do estabelecimento, imobiliza-a no chão e acerta a boina do uniforme na cabeça dela. 

“Os fatos, além da grande repercussão, revelaram através das imagens gravadas, que os policiais envolvidos diretamente no episódio, seja o responsável pelas agressões, seja aquele que comandava a equipe, não possuem condições de continuar atuando nas suas funções, pelo menos até que sejam avaliados psiquicamente e enquanto se apuram os fatos em processo disciplinar”, diz o pedido.

A OAB-PR também pediu a instauração de um inquérito policial militar ou processo disciplinar para apurar as condutas dos policiais envolvidos na ação.

No sábado (23), a Polícia Militar informou ter aberto um inquérito na Corregedoria para apurar a conduta do militar.

No mesmo dia, horas antes, o capitão responsável pela operação afirmou que não houve agressão e que o policial reagiu de “forma instintiva” na proporção da resistência e do comportamento da mulher, a quem ele definiu como “desequilibrada” e “transtornada” durante a abordagem.

Governador admite que houve excesso

De acordo com o governador do Paraná, Ratinho Junior, houve excesso do policial militar que agrediu a mulher.

“É claro que o Governo do Paraná, a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e o próprio Comando da Polícia Militar não admitem esse tipo de abordagem. Nós temos 25 mil homens e mulheres trabalhando na PM, todos bem treinados, e infelizmente um ou outro policial acaba tendo um excesso que não está dentro daquilo que é treinado que é do dia a dia”, pontuou.

O governador também lamentou as imagens e disse que a ação é um “exemplo para dentro da corporação para que outros atos desse não aconteçam no Paraná”.

O governador ressaltou que a PM abriu um processo para apurar se fica “comprovado o excesso”. Questionado se o militar será punido e se as imagens não são suficientes, Ratinho disse que a Corregedoria da polícia precisa analisar o que houve também antes do vídeo.

“Se for comprovado que houve um excesso ali, por isso é importante entender o que aconteceu antes, durante e depois, automaticamente a Polícia Militar tem como regra tomar medida punitivas”, afirmou.

“Achei que ia me matar”

À RPC, Stephany Rodrigues, de 28 anos, falou que pensou que fosse morrer no local. Ela teve ferimentos no braço, pescoço, nariz e boca. A jovem de 28 anos é dona de uma hamburgueria que foi fechada pelos policiais.

“Eu achei que ele ia me matar, que eu ia morrer. Porque o que eu conseguia ver, não tinha ninguém por perto, eu só via coturno”, relembrou a comerciante.

Segundo a comerciante, ela foi até os policiais após os agentes tirarem a força um funcionário de dentro da própria casa, próxima ao estabelecimento. A PM afirmou que ele desacatou os policiais enquanto fumava narguilé.

A hamburgueria foi fechada por estar com a ocupação acima da capacidade permitida por decreto municipal. O local foi multado em R$ 30 mil pelo descumprimento da medida e por não oferecer álcool em gel.

Quando estava imobilizada, a mulher gritou por socorro e disse que estavam quebrando a mão dela. Ela foi atendida em uma unidade de saúde. Depois, assinou um Termo Circunstanciado por desacato e foi liberada.

“Foi uma abordagem muito agressiva, muito agressiva. desnecessária, completamente desnecessária. Eu já estava no chão, eles me machucaram muito, muito”, disse.

Tic Tac
Continue Lendo

Doce Arte
Doce Arte