Fale com a gente
acimacar amor sempre presente

Policial e Trânsito

19 policiais rodoviários estaduais viram réus na Justiça Militar do Paraná por esquema de propina e venda de mercadorias ilegais

Agentes atuavam no norte e noroeste e foram denunciados por desviarem mercadorias apreendidas com contrabandistas e cobrarem propina para liberar veículos com drogas

Publicado

em

|Foto: Reprodução/RPC|
Farmasi

Dezenove policiais rodoviários estaduais se tornaram réus na Justiça Militar do Paraná acusados de desviarem mercadorias apreendidas com contrabandistas e cobrarem propina para liberar veículos com drogas.

As denúncias do Ministério Público do Paraná (MP-PR) contra os policiais foram recebidas pelo juiz Leonardo Bechara, na sexta-feira (13).

Funerária Alemão

Dos 19 réus, 15 estão presos pela operação “Força e Honra”, deflagrada pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo MP-PR contra o esquema. Os policiais trabalhavam em estradas da região de Maringá, no norte, e de cidades do noroeste.

A suspeita é que os integrantes do esquema tenham faturado mais de R$ 10 milhões com propina e venda de mercadorias contrabandeadas.

Os policiais vão responder por crimes como corrupção e organização criminosa. Entre as ações investigadas eles são acusados de desviar parte de mercadorias apreendidas no posto Policial de Cruzeiro do Oeste, no noroeste.

Segundo a denúncia, os boletins de ocorrência eram preenchidos com informações imprecisas e, com isso, apenas uma pequena parte de mercadorias do contrabando era entregue à Receita Federal.

Ainda conforme a investigação, com a ação dos réus, a maioria dos produtos apreendidos era vendida pelos policiais. Dois acusados chegaram a abrir uma loja para a venda desses produtos.

A operação também flagrou uma negociação para a passagem de drogas.

Em julho, a operação Força e Honra prendeu 14 policiais rodoviários estaduais. Todos são suspeitos de corrupção, por facilitação de passagem de veículos com mercadorias paraguaias e drogas que entraram no país de forma ilegal.

Gravações

Áudios obtidos pelo MP-PR e pela Corregedoria da PM revelaram durante a operação um esquema de cobrança de propina para liberação de cargas e desvio de mercadorias apreendidas.

Gravações de conversas interceptadas pelos investigadores com a autorização da justiça revelaram a ação do grupo e o pedido de até R$ 200 mil em propina feito por policiais rodoviários. Integrantes do grupo criaram até uma loja para revender os produtos desviados.

Com a aceitação da denúncia, segundo o MP-PR, os réus devem comparecer a uma audiência que deve ouvir as testemunhas de acusação, no dia 25 de agosto.

Enquanto isso, o Ministério Público do Paraná aguarda a finalização de perícias feitas nos computadores e celulares dos presos e informou que não é descartado novos desdobramentos da investigação.

‘Mentores’ do esquema

Na denúncia, o subtenente Elizeu Correia de Melo, comandante do posto da PRE de Cruzeiro do Oeste, e o capitão Rodrigo dos Santos Pereira, comandante da 4ª Companhia do Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual, são apontados como mentores do esquema.

Conforme os promotores, eles agiam “por meio de seus comandados e dele participando ativamente, por intermédio do regular recebimento da propina recolhida pelos policiais rodoviários estaduais lotados naquele local”.

Elizeu e Rodrigo estão presos.

Defesa do capitão e do subtenente nega as acusações

O advogado Cláudio Dalledone informou que o recebimento da denúncia é o começo do processo penal, “momento em que a defesa vai apresentar todos os elementos para absolvição do capitão Rodrigo dos Santos Pereira e do Subtenente Elizeu Melo”.

De acordo com o advogado, a acusação é fantasiosa, “é uma interpretação errônea dos fatos, e com o início dos depoimentos das testemunhas ficará comprovada a inocência dos policiais militares”.

Após a investigação apontar o esquema criminoso na corporação, o comandante geral da Polícia Militar do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira, informou que pretende reformular toda a Polícia Rodoviária Estadual. Segundo ele, há um estudo pronto que será enviado ao governo do estado para mudanças na fiscalização das rodovias.

O Ministério Público do Paraná afirmou que também deve procurar a PM para trabalhar na prevenção e aprimorar a fiscalização.

Imobiliária Maurício Vazquez
Continue Lendo

Doce Arte
Doce Arte