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‘Arrancadão de trator’ mobiliza agricultores e mecânicos em competições, na região

Eventos foram interrompidos pela pandemia, mas produtores rurais treinam e se divertem com veículos modificados no oeste; em 200 metros, tratores atingem até 140 quilômetros por hora

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'Arrancadão de trator' mobiliza agricultores e mecânicos em competições, no Paraná — Foto: Reprodução/RPC
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Nas horas vagas, entre os dias de trabalho no campo, agricultores de Maripá, no oeste do Paraná, se dedicam a uma modalidade de competição que une adrenalina e equipamentos rurais.

O chamado “arrancadão de trator” mobiliza produtores rurais da região e mecânicos, que trabalham na modificação dos veículos agrícolas, deixando-os mais rápidos para as pistas.

Ótica da Visão

As competições de trator foram suspensas com a pandemia da Covid-19. Para matar a saudade e manter a mecânica dos tratores, alguns agricultores treinam, e se divertem, tomando os cuidados contra o coronavírus.

Enquanto um trator comum tem força pra arrastar toneladas, mas não passa de 40 km por hora, os tratores modificados para a arrancada alcançam muito mais.

“Esse trator corre em uma pista de 200 metros, ele arranca e, nesses 200 metros, ele atinge 136, 140 quilômetros por hora”, diz Jonas Radetzki, agricultor e piloto.

Para atingir essa velocidade, o “Brutus”, nome dado ao trator do Jonas, passou por um processo de adaptação. “Esse trator aqui é um trator valmet 62, a parte da caixa onde estou sentado permaneceu do valmet, e na parte da frente foram feitas adaptações”, comentou o piloto.

Na pista de 200 metros de comprimento, competem tratores de Maripá, Cascavel, Marechal Cândido Rondon, Maringá e do Paraguai. Em cada corrida, quando ocorrem as competições, são gastos pelo menos R$ 12 mil por equipe.

Além da categoria trator show, com exibições dos veículos potentes, os organizadores criaram uma forma de manter o arrancadão tradicional, com a categoria “roceiros”.

Em uma pista de 200 metros, tratores atingem até 140 quilômetros por hora — Foto: Reprodução/RPC
Em uma pista de 200 metros, tratores atingem até 140 quilômetros por hora — Foto: Reprodução/RPC

Um dos pilotos mostra um dos tratores usados nas competições. O veículo recebeu motor de caminhonete, quatro cilindros e tem bomba injetora. Também foi instalado um sistema de turbo.

“Esse trator aqui tem um sistema de nitro igual no Velozes e Furiosos, em que o pessoal usa assim um gás que dá uma pegada maior na hora da corrida mesmo”, diz Jonas.

Alexandro Kommerz, piloto e mecânico, trabalha com as adaptações quando sobra tempo. “Muda diferencial. Um trator desse aqui vai ter uns 50 a 60 cavalos. Um trator modificado, hoje, tem de 350 a 500 cavalos. É outra máquina? é outra máquina”, comentou.

Investimento

Segundo os competidores, uma transformação custa cerca de R$ 100 mil no total, contando com o valor do trator. Em Maripá, há menos 15 máquinas adaptadas.

A tradição da competição na cidade fez com que fosse aberto o primeiro “tratoródromo” do mundo, em 2002. As competições com essas máquinas super equipadas atraem muita gente.

“A gente espera sempre em torno de 10 a 15 mil pessoas aqui no nosso barranco do arrancadão, mas agora tem até arquibancada”, explica Eder Kurolli, Secretário de Industria, Comércio e Turismo de Maripá.

Segundo os competidores, a transformação de um trator para arrancada custa cerca de R$ 100 mil no total, contando com o valor do veículo — Foto: Reprodução/RPC
Segundo os competidores, a transformação de um trator para arrancada custa cerca de R$ 100 mil no total, contando com o valor do veículo — Foto: Reprodução/RPC

Os participantes contam que a ideia do arrancadão surgiu de um grupo de amigos, que reuniu alguns tratores e colocou os veículos para rodarem na avenida principal de Maripá, cada um em uma pista. Isso aconteceu na década de 1990.

“Ele tirava o trator da roça e trazia pra pista. E aí, ano após ano, começou a mexer um pouquinho até que chegou um momento em que começou a ficar perigosa a brincadeira, e resolveu criar um local apropriado. Daí construíram a pista aqui”, diz o engenheiro agrônomo Luiz Henrigue Lang Oening.

A professora Irani Nica Kreutz participa das competições e conta que já “deu aula” de arrancada para muitos homens. “Depois da parte mecânica o espelho é o principal aqui pra mim. Também não pode faltar, e se bobear tem, um batom. Tem que estar sempre bonita”, diz Irani.

O agricultor Jonas faz parte de uma segunda geração de pilotos de arrancada de trator em Maripá. Segundo ele, a competição chamou a atenção do filho também.

“Meu pai foi ficando velho e passou para nós, né. O trator foi feito em 2003 e, até hoje, estamos cuidando dele para levar para a pista e participar de arrancadão. Meu filho já gosta e, se um dia ele quiser, a gente ia gostar que ele continuasse”, contou o piloto.

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