Ibovespa Futuro cai com correção seguindo bolsas americanas; dólar sobe a R$ 5,76

SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta segunda-feira (29) com uma correção depois das duas altas que fecharam a semana passada. Os ganhos na quinta e na sexta foram puxados pelo exterior conforme o índice S&P 500, nos Estados Unidos, atingiu sua máxima histórica. Hoje os futuros das bolsas americanas caem.

Há expectativas por novos sinais do presidente dos EUA, Joe Biden, sobre o pacote de infraestrutura, que poderia custar mais de US$ 3 trilhões. Espera-se que o democrata revele seus planos ao viajar a Pittsburgh na próxima quarta.

Já na Europa, o dia é de ganhos por conta da reabertura da economia do Reino Unido depois de um duro período de lockdown. Apesar disso, o governo do Reino Unido pede que as pessoas se encontrem ao ar livre, em parques e jardins privados, mantenham distanciamento social e não viajem.

Por outro lado, os investidores monitoram o setor bancário global. As ações de Credit Suisse (C1SU34) e Nomura Holdings (NMRH34) sofreram tombos nesta segunda após os grupos bancários alertarem sobre possíveis grandes perdas causadas por um cliente dos EUA, provavelmente ligadas a problemas sofridos pelo Archegos Capital Management.

Por aqui, o gestor Luis Stuhlberger, da Verde Asset, disse em entrevista ao Estado de S. Paulo que votou no presidente Jair Bolsonaro em 2018, mas não votará de novo. “Se eu morasse em Marte, chegasse hoje na Terra e fosse informado sobre como o Executivo brasileiro lidou com a pandemia nos últimos 12 meses, eu diria que era mentira, uma história surreal”, afirmou.

Às 9h12 (horário de Brasília), o contrato futuro do Ibovespa com vencimento em abril de 2021 tinha leve queda de 0,27%, a 114.515 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial opera em alta de 0,48% a R$ 5,768 na compra e a R$ 5,769 na venda. Já o dólar futuro com vencimento em abril registra ganhos de 0,1% a R$ 5,765.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe quatro pontos-base a 4,72%, o DI para janeiro de 2023 tem alta de sete pontos-base a 6,57%, o DI para janeiro de 2025 avança cinco pontos-base a 8,17% e o DI para janeiro de 2027 registra variação positiva de seis pontos-base a 8,77%.

Voltando ao exterior, o impasse sobre a vacina segue na União Europeia, que continua a ameaçar bloquear a exportação de vacinas para fora da área até que a AztraZeneca cumpra com as metas para vendas regionais.

Na China, os lucros anuais das indústrias saltaram nos dois primeiros meses de 2021, destacando uma recuperação no setor industrial do país e ampla retomada na atividade econômica da crise do coronavírus. Ajudando o sentimento, o crescimento do lucro avançou nos principais credores do país no quarto trimestre de 2020.

No mercado de commodities, o petróleo chegou a ter queda nesta manhã, mas virou para leve alta, enquanto os esforços continuavam para desenterrar o gigante navio de contêineres que obstrui o Canal de Suez.

Uma empresa de serviços do Canal de Suez informou nesta segunda que conseguiu deixar o navio porta-contêineres Ever Given “parcialmente” em posição de flutuação. A companhia, no entanto, não deu detalhes sobre quando a embarcação, que bloqueia o canal há seis dias, seria completamente desencalhada.

Enquanto isso, há expectativas de que o grupo Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP +) de produtores líderes manterá a produção em maio, e temores de que as operações no Canal de Suez possam levar semanas para voltar ao normal, embora um navio que o bloqueia tenha sido parcialmente refluido.

Relatório Focus

Os economistas do mercado financeiro reduziram mais uma vez suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, revelou o Relatório Focus do Banco Central. A mediana das expectativas caiu de 3,22% para 3,18%. Já para 2022 as projeções foram cortadas de uma expansão de 2,39% para uma menor, de 2,34%.

Em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) as projeções foram elevadas de 4,71% para 4,81% em 2021 e se mantiveram em 3,51% para 2022.

Já para o dólar as estimativas subiram de R$ 5,30 para R$ 5,33 ao final de 2021. Para 2022 as previsões oscilaram de R$ 5,25 para R$ 5,26.

Por fim, as expectativas para a taxa básica de juros, Selic, mantiveram-se estáveis em 5,00% ao ano para 2021 e em 6,00% ao ano para 2022.

Fonte: InfoMoney