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Economia

Ibovespa fecha em alta puxado por exterior, mas não evita queda de 1,2% na semana; dólar bate R$ 5,74

Mercado teve uma recuperação perto do fim de semana puxada principalmente pela expectativa de recuperação econômica nos EUA

Publicado

em

Rui Barbosa

O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira (26) puxado pela disparada das bolsas americanas no fim da sessão, mas não foi o bastante para apagar as perdas de 1,24% na semana. Os últimos dias foram marcados pela tensão na Turquia após a troca de primeiro-ministro, que trouxe uma aversão a risco em emergentes, e pela preocupação com o avanço do coronavírus na Europa.

Nesta sexta, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram mais de 1% graças ao dado de inflação do PCE, que avançou a 0,1% em fevereiro na comparação mensal e 1,4% na base anual, pouco abaixo da mediana das projeções dos economistas.

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Por aqui, os investidores observaram com alguma desconfiança a aprovação no Congresso da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021, com um remanejamento de mais de R$ 25 bilhões, dos quais grande parte podem ser utilizados em emendas parlamentares.

Conforme lembram os analistas da XP, no texto final, os legisladores cortaram despesas obrigatórias e aumentaram investimentos. A manobra vai obrigar o governo a bloquear mais de R$ 30 bilhões para recompor as despesas obrigatórias, o que aumenta o risco de paralisação de serviços públicos no segundo semestre.

“A aprovação do Orçamento de 2021 no Congresso trouxe coisas que não foram positivas. Os parlamentares tentaram achar espaço para mais despesas, modificando rubricas obrigatórias que, a princípio, não teriam como ser remanejadas. Foi um pequeno drible no teto”, avalia Lucas Monteiro, trader multimercados da Quantitas.

Investidores também acompanharam os preços do petróleo, pressionados em meio ao bloqueio de um enorme cargueiro no Canal de Suez, no Egito, o que pode durar semanas. Hoje, o barril do Brent – usado como referência pela Petrobras – se valorizou em 4,1% a US$ 64,49.

O Ibovespa teve alta de 0,91%, a 114.780 pontos com volume financeiro negociado de R$ 28,3 bilhões.

Enquanto isso, o dólar comercial subiu 1,25% a R$ 5,74 na compra e a R$ 5,741 na venda. Na semana, a divisa dos EUA se valorizou em 4,67% ante o real. Já o dólar futuro com vencimento em abril registra valorização de 1,88% a R$ 5,752 no after-market.

Alguns especialistas do mercado questionam a atuação do Banco Central no câmbio. À Reuters, Sérgio Goldenstein, consultor independente da Ohmresearch, disse que o racional do BC para intervir não é claro, pois houve venda de dólares a R$ 5,58 e agora a autoridade monetária nada faz.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou ser equivocada a visão de que intervenções no câmbio feitas pela autoridade monetária em dias em que o real está apreciando estariam ligadas ao cenário inflacionário.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 subiu sete pontos-base a 4,69%, o DI para janeiro de 2023 teve alta de 12 pontos-base a 6,52%, o DI para janeiro de 2025 avançou 15 pontos-base a 8,12% e o DI para janeiro de 2027 registrou variação positiva de 13 pontos-base a 8,71%.

Voltando ao exterior, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, anunciou que os bancos dos EUA poderiam retomar as recompras e aumentar os dividendos a partir do final de junho, favorecendo as ações do setor financeiro do país.

Na quarta-feira (24), a secretária do Tesouro, Janet Yellen, que foi presidente do Fed entre 2014 e 2018, já havia anunciado que estaria confortável com a possibilidade de suspender as restrições sobre dividendos e recompras de bancos. No último ano, as maiores instituições bancárias tiveram essas possibilidades limitadas com base em sua receita, como medida preventiva durante a pandemia.

Em entrevista à rede NPR na quinta (25), Powell também indicou que o Fed pretende se desfazer de ativos que comprou com o intuito de manter a economia em bom funcionamento durante a pandemia.

“Conforme continuamos a progredir em direção a nossas metas, revenderemos gradualmente a quantidade de títulos do Tesouro e papéis atrelados a hipotecas que compramos. Gradualmente, com o tempo e muita transparência, quando a economia estiver completamente recuperada, retiraremos o apoio que oferecemos durante períodos de emergência”.

Na quinta-feira, líderes da União Europeia manifestaram reclamações a respeito do atraso das entregas contratadas de vacinas da farmacêutica AstraZeneca, em um momento em que o continente enfrenta uma nova onda de infecções.

Orçamento de 2021

Senadores aprovaram na noite de quinta a Lei Orçamentária 2021 por 60 votos a favor e 12 contra e, com isso, concluíram a tramitação da peça pelo Congresso após mais de três meses de atraso. O texto segue agora para sanção do presidente Jair Bolsonaro. Não houve alteração em relação ao texto final da Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Antes s deputados aprovaram o texto-base do Orçamento, que passou com 346 votos a favor e 110 contrários. Dois destaques foram rejeitados.

Para acelerar a votação, o Executivo se comprometeu com a esquerda em fazer reajustes posteriores, por meio de abertura de créditos extraordinários, para recompor cortes em áreas como saúde, educação e no Censo a ser realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Coube ao líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), costurar o acordo.

“Façamos na próxima semana ou no primeiro momento, uma reunião para estudarmos a tempo, uma discussão breve sobre composição do orçamento das universidades, na área da saúde, assuntos que são primordiais”, disse Gomes no plenário do Congresso.

“A gente quer fazer esse compromisso de público”, acrescentou.

O líder do PCdoB, deputado Renildo Calheiros (PE) propôs que os presidentes da Câmara e do Senado participem das negociações com o governo para que os recursos sejam repassados por meio de projetos de abertura de crédito orçamentário (PLNs). Apesar do acordo, os partidos orientaram contra a aprovação do Orçamento, mas deixaram de obstruir a votação, com exceção do PSOL e do Novo. Entre a esquerda, o PDT foi o único a favor da aprovação.

Com o cobertor curto, o Congresso fez uma série de manobras para construir a redação final e atender pressões por emendas parlamentares. O senador Márcio Bittar, cancelou R$ 26,46 bilhões em despesas do seu parecer. A tesourada maior foi feita nas despesas obrigatórias de Previdência Social, no valor de R$ 13,5 bilhões.

A medida é uma manobra contábil para cumprir o acordo de aumento das emendas negociado durante a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do auxílio emergencial há duas semanas, como antecipou o Estadão. Com a manobra contábil, o Congresso consolidou uma articulação para assumir o controle de quase R$ 46 bilhões em recursos do Orçamento federal deste ano.

O volume de emendas parlamentares, indicadas por deputados e senadores para seus redutos eleitorais, é uma pressão contra o governo do presidente Jair Bolsonaro.

O clima de “festa das emendas”, conforme classificado pelos próprios congressistas, vai, na prática, estourar o teto de gasto e exigir um bloqueio do Orçamento para garantir o seu cumprimento em 2021. Só de emendas colocadas diretamente pelo relator serão R$ 26 bilhões. Esses recursos serão negociados entre parlamentares e ministério do governo. Veja mais clicando aqui.

FONTE: Infomoney

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