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Vírus Sincicial Respiratório (VSR): idosos e menores de dois anos devem ter maior cuidado no inverno

Sintomas são parecidos com os da gripe, como coriza e tosse, mas podem evoluir para bronquiolite nos pequenos. Veja dicas de prevenção, além da vacina disponível apenas na rede privada.

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Foto: Brasil 61.
Rui Barbosa

No inverno há aumento de infecções respiratórias e a gripe, por exemplo, se torna comum. Porém, nesse período do ano, as infecções por Vírus Sincicial Respiratório (VSR) também ganham maior espaço e afetam, especialmente, idosos e crianças menores de dois anos. Os sintomas do VSR são parecidos com os de um resfriado, como coriza e tosse, mas podem evoluir para bronquiolite nos pequenos, já  que o vírus afeta principalmente os brônquios e os pulmões.

A infectologista da rede de laboratórios Alliança Saúde, Lorena Faro, de São Paulo (SP), explica que o vírus se assemelha ao de um resfriado e a infecção é essencialmente respiratória e pode acontecer em qualquer época do ano, mas com maior prevalência no inverno e no começo da primavera.

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Lorena Faro destaca que o vírus é transmitido de pessoa a pessoa, por meio de gotículas (da tosse, espirro e fala) ou por algum objeto contaminado. Os sintomas do VSR podem ser coriza, mal-estar, febre e tosse. Em casos mais graves, pode haver falta de ar.

Segundo a infectologista, os sintomas podem aparecer três dias após a infecção até o sexto dia em que houve contato com o vírus. Ela salienta que, apesar da infecção por VSR apresentar sintomas inicialmente leves, é necessário que crianças e idosos tenham maior atenção para evitar agravamento da infecção.

“Na maioria das vezes esse vírus gera sintomas leves, muito parecidos com o resfriado comum, mas a pessoa normalmente se recupera em uma ou duas semanas. Entretanto, em alguns casos, é possível desenvolver um quadro mais grave, como a bronquiolite, fazendo com que o paciente necessite de uma internação prolongada, ou mesmo de uma internação na terapia intensiva. Então, muito cuidado nesses extremos de faixas etárias, principalmente nos recém-nascidos prematuros, abaixo de seis meses, e também idosos que têm alguma imunossupressão ou alguma patologia de base, como cardiopatia ou neuropatia”, afirma Faro.

O infectologista do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, elenca de que forma o diagnóstico é feito. “Os exames realizados são exames sorológicos e o PCR. O exame sorológico chamado ELISA, ou imunoflexência, é mais confiável em crianças pequenas, mais útil em crianças; já o PCR é mais indicado tanto para crianças mais velhas quanto para adultos, então isso é um dado importante. Mas o diagnóstico muitas vezes é geralmente baseado em sintomas e na epidemiologia.”

Claudilson Bastos destaca, ainda, a importância do diagnóstico precoce da infecção. Segundo ele, a depender da gravidade do caso, se não diagnosticada de forma precoce e sem tratamento adequado, a infecção pode resultar em óbito do paciente.

“O diagnóstico precoce é assertivo, fundamental, importante para que a gente possa ter uma melhor evolução desses pacientes no caso. Esses pacientes, se não diagnosticados de forma precoce e não tratados de forma adequada, podem evoluir para uma infecção respiratória aguda bacteriana ou podem evoluir para uma síndrome respiratória aguda grave relacionada ao próprio vírus e isso pode levar a óbito”, ressalta Bastos.

VSR no Brasil

A pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella, menciona que o VSR é um vírus de transmissão respiratória, assim como a Influenza e a Covid-19. Mas que não era muito falado a respeito sobre o VSR porque o vírus não era monitorado. 

“Só alguns estados testavam os casos graves de síndrome respiratória aguda grave  (SRAG) para VSR e a partir de 2019 todos os estados passaram a testar os casos mais graves, os casos de SRAG, pro vírus respiratório. Então, foi a partir de 2019 que a gente começou a entender melhor o padrão de circulação desse vírus no país”, conta.

Tatiana Portella ressalta a importância das pessoas se atentarem à infecção pelo VSR, em especial, quando se trata de idosos de mais de 65 anos e crianças menores de dois anos.

“É importante que as pessoas se preocupem com ele, principalmente quem tem criança pequena. Geralmente pode causar quadros de bronquiolite, levar à pneumonia, precisar de internação. Então ele é um vírus que requer mais atenção, principalmente em crianças pequenas”, alerta Portella.

Em maio, o boletim InfoGripe, da Fiocruz, mostrou um aumento de Srag causada pelo VSR representando 58% do total de casos da síndrome registrados naquele período.

Prevenção

Os especialistas listaram algumas medidas de prevenção à infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Confira:

  • Usar máscara em locais fechados e em postos de saúde;
  • Em caso de sintomas gripais, ficar em casa (se não for possível, usar máscara);
  • Manter as mãos higienizadas e
  • Garantir a limpeza de superfícies. 

Outra forma de prevenção é a vacina Arexvy, disponível apenas na rede privada. A recomendação é em dose única para pessoas com 60 anos ou mais. Inclusive, a Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul (SES-RS) recebeu quatro mil doses do imunizante em julho. As doses foram doadas pelo laboratório britânico GlaxoSmithKline (GSK), em função das enchentes que atingiram o estado em maio. 

Com informação Brasil 61.

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