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Pastor ajuda idosa a fugir de asilo clandestino no PR: ‘Tremia bastante’

Local não tinha documentação para funcionar e foi interditado, segundo Vigilância Sanitária de Ponta Grossa.

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Foto: G1paraná.
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O pastor e missionário Fabiano Ribeiro do Nascimento não esperava que uma simples conversa com um amigo na frente de casa terminaria no resgate de nove idosos mantidos de maneira insalubre em um asilo clandestino de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná.

No último domingo (14), o espaço foi interditado. Segundo a Vigilância Sanitária, o local funcionava sem a documentação e, portanto, de forma irregular.

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A interdição só foi possível após uma idosa fugir do local para procurar ajuda e denunciar as agressões que sofria. Câmeras de segurança registraram o percurso da mulher. Conforme a Polícia Civil, ela tem 68 anos.

A idosa saiu do asilo clandestino com uma mala nas mãos. No caminho, ela parou em ao menos duas casas em busca de socorro e chegou a esperar no portão com a expectativa de ser atendida.

Porém, a mulher achou a ajuda que procurava após encontrar Fabiano conversando com um amigo em frente de casa.

“Ela surgiu pedindo ajuda, relatando que tinha vindo um asilo. Estava bastante assustada, ela tremia bastante e começou a relatar uma história, que estava numa casa em que era muito maltratada e queria ajuda. Eu comecei a conversar com ela, para perguntar como eu poderia ajudá-la. Inclusive, acho que ela falava sobre não ser bem alimentada e era nítido que ela estava em um estado crítico”, relembra o missionário.

De acordo com Fabiano, ele e a esposa pediram para a idosa entrar na casa. A intenção, segundo o missionário, era encontrar um familiar da senhora.

Porém, nesse momento, uma mulher se aproximou alegando ser parente dela.

Ele relembra que a mulher estava agressiva, mas considerou que poderia ser porque estava preocupada.

“Surgiu uma moça alegando que era sobrinha dela, só que de uma maneira bastante agressiva. Inclusive eu tive que repreender ela pela agressividade dela. No momento eu pensei que poderia ser pelo nervosismo de uma tia que tinha fugido, idosa, que tinha esse problema”, afirma.

Porém, a reação a idosa o fez suspeitar da história alegada pela mulher. Segundo Fabiano, a senhora chegou a se jogar no chão e a chorar, afirmando que não queria ir embora com a suposta sobrinha.

Para tentar entender melhor a situação, o missionário decidiu levar as duas mulheres para o imóvel onde as duas supostamente moravam. Para isso, foram com o veículo dele, uma vez que a idosa estava debilitada.

Ao chegar no local, ele e a esposa foram impedidos de entrar no imóvel.

“Ela [a suposta sobrinha] agradeceu muito. Só que ela se contradisse bastante, porque ela falou no momento que era sobrinha, depois chamou ela de vó. Assim ela denunciou que alguma coisa estava errada. Ela fechou o portão e nesse momento a gente retornou com a ideia de fazer alguma denúncia ou alguma investigação para saber o que realmente estava acontecendo”, afirma Fabiano.

Vizinha ouviu agressões e chamou a polícia

Outra vizinha, que optou por não ter a identidade revelada, contou à equipe de repostagem que notou a movimentação atípica e chamou a Polícia Militar (PM).

De acordo com ela, enquanto as equipes policiais não chegavam, ela ouviu gritos de socorro de dentro da casa.

“Ela gritava: ‘Socorro, pare! Pare de me bater’. Eram gritos desesperadores. Acho que ela acreditava que naquele momento a cuidadora poderia até matá-la. Dava para ouvir o barulho das pancadas, das agressões. Parecia que ela batia a senhorinha na parede, parece que ela estapeou, parece que dava murros. Era muito alto o barulho da agressão”, relata.

Quando as equipes chegaram, encontraram a idosa deitada em um colchão que estava no chão, precisando de atendimento médico. Além dela, outros 8 idosos também viviam no asilo, que estava em condições precárias, sem camas, comida e nem roupas suficientes.

Segundo a polícia, a mulher que tentou se passar por uma parente da idosa trabalhava como cuidadora no asilo clandestino.

A vizinha comenta que a casa estava sempre fechada e que quase nunca havia pessoas do lado de fora. Ela lamenta que não percebeu a situação que os idosos eram submetidos antes.

“Fico feliz em poder ter ajudado, mas também ao mesmo tempo triste por não ter desconfiado de alguma coisa antes. A partir do momento que esses idosos estão na mão de pessoas assim, eles já estão sofrendo. É um sentimento de um pouco de culpa por não ter percebido antes”, lamenta.

Insalubridade e prisões

Agentes da assistência social de Ponta Grossa também foram até o asilo.

Lá, identificaram que os idosos dormiam em colchões no chão e que não havia guarda-roupas. Além disso, não havia controle sobre as medicações dadas aos moradores.

A inspeção na instituição foi feita por volta das 14h, e os idosos relataram às autoridades que não haviam almoçado e que não tinha comida suficiente para todos.

Três idosos foram encaminhados para o hospital com sinais de desidratação.

Além disso, duas idosas relataram que foram agredidas com socos e que estavam com medo de continuar no abrigo.

Segundo a polícia, a mulher que tentou se passar por uma parente da idosa e a irmã dela, apontada como dona do local, foram presas.

Realocação para Colombo

Apurou que os idosos foram encaminhados para Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. O encaminhamento ocorreu porque alguns deles alegaram ser da cidade.

Em nota, a Secretaria de Assistência Social de Colombo informou, na quarta-feira (17), que de nove idosos acolhidos, três permaneciam em instituições da prefeitura.

Além disso, a pasta informou que os demais idosos foram encaminhados para os familiares e serão acompanhados pela rede de proteção.

Com informação G1paraná.

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