Policial e Trânsito
Brasileiros estão sendo extorquidos por golpistas no Paraguai
Suspeitos se fingem de guia de compras e abordam vítimas na fronteira
As polícias do Brasil e Paraguai estão investigando golpistas que extorquem pessoas que cruzam a fronteira para fazer compras. A maioria das vítimas são brasileiros que vão até a Ciudad del Este e são abordados pelos suspeitos.
De acordo com a Polícia Turística do Paraguai, 49 brasileiros registraram Boletins de Ocorrência (B.Os) de 2022 até fevereiro deste ano. Os investigadores acreditam que o número de vítimas pode ser maior porque nem todas fazem as queixas.
Segundo o chefe da pasta, Humberto Franco, os suspeitos se disfarçam de guia de compras e ficam andando entre os carros na BR-277 à procura de novas vítimas.
“Depois da abordagem, eles levam os brasileiros até um quarto pequeno onde há armas de fogo, tiram fotos dos compradores e ameaçam eles, simulando que entrariam no Paraguai para comprar armamento, o que é irregular, É aí que tomam o dinheiro”.
‘Me trancaram na sala’
A RPC conseguiu conversar com pessoas que caíram neste tipo de golpe. Um homem, que preferiu não se identificar, contou que ele e a esposa estavam perto da Ponte Internacional da Amizade quando foram abordados por um falso guia de compras.
Em seguida, o casal foi parado por um motociclista, que afirmou que eles tinham pegado a entrada errada. O rapaz levou os dois até um estacionamento no centro de Ciudad del Este, sendo acompanhado pelo guia.
O homem afirmou que, ao dispensar o guia, outro rapaz, que também faria parte do esquema, apareceu.
“Minha esposa teve a noção de um cara ter dado sinal pro outro. Foi tudo muito rápido. Quando dispensei ele, outro já chegou junto”.
O casal foi conduzido até uma sala e trancado com pelo menos outros cinco suspeitos do golpe. A vítima disse que queria comprar um pneu para a moto, mas, durante o crime, armas teriam sido mostradas.
Investigação
O chefe da Polícia Turística garante que há investigações em andamento, mas os suspeitos têm despistado os policiais.
“Quando avançamos na apuramos e a Justiça autoriza uma operação, a loja envolvida no esquema fecha as portas ou muda de nome e endereço”.
Para que a investigação não seja desperdiçada, a polícia identificou as lojas para que o Ministério Público do Paraguai inicie uma apuração mais profunda.