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Djalma Corrêa, ícone da percussão e da pesquisa afro-brasileira, morre no Rio aos 80 anos

Mestre da percussão morre de vítima de câncer no pâncreas, menos de um mês após completar 80 anos

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Djalma Corrêa (1942 – 2022) — Foto: Reprodução / Instagram Acervo Djalma Corrêa
Rui Barbosa

É fácil encontrar o nome do percussionista e compositor mineiro Djalma Novaes Corrêa (18 de novembro de 1942 – 8 de dezembro de 2022) nos créditos de álbuns de ícones da MPB como Chico Buarque, Gilberto Gil, Jorge Ben Jor e Maria Bethânia, entre outros nomes do mesmo porte.

Contudo, seria injusto reduzir o legado do artista ao toque da percussão em discos e shows dessas estrelas de primeira grandeza da música brasileira.

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Sim, Djalma Corrêa – como era conhecido no meio musical o instrumentista que morreu no Rio de Janeiro (RJ) na noite de quinta-feira, 8, vítima de câncer no pâncreas – foi o percussionista da banda que tocou em 1976 no show do grupo Doces Bárbaros, quarteto formado por Caetano Veloso, Gal Costa (1945 – 2022), Gilberto Gil e Maria Bethânia.

Doze anos antes, Djalma Corrêa tocara com os quatro artistas baianos em agosto de 1964, em Salvador (BA), no lendário show Nós, por exemplo, pontapé inicial na trajetória profissional de Bethânia, Caetano, Gal e Gil.

Só que, paralelamente aos trabalhos com esses artistas renomados, Djalma Corrêa pavimentou expressiva trajetória individual no campo da percussão afro-brasileira. Nessa seara, a criação do grupo Baiafro em 1970 merece menção honrosa.

Nascido em Ouro Preto (MG), cidade histórica de Minas Gerais, Djalma Corrêa morreu menos de um mês após fazer 80 anos. Morava na cidade do Rio de Janeiro (RJ) desde o fim da década de 1970, mas foi na capital mineira, Belo Horizonte (MG), que o artista pôs os pés na profissão de músico, tocando bateria em bailes de gafieira.

Ao migrar para a Bahia, estado onde viveu durante quase 20 anos, Djalma Corrêa consolidou a formação acadêmica nos Seminários Livres de Música da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador (BA), aprendendo lições de mestres como o compositor e professor alemão Hans-Joachim Koellreuter (1915 – 2005) e o músico e professor suíço Walter Smetak (1915 – 1984).

Mais do que exímio percussionista, Djalma Corrêa atuou como pesquisador de sonoridades africanas oriundas da diáspora.

Além do Baiafro, grupo que deu nome ao álbum lançado por Djalma Corrêa em 1978, o artista atuou nos grupos Brasil Jazz AllStars e Djalma Corrêa & Banda Cauim, sempre com toque diferenciado no manejo da percussão.

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