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Pai de um dos meninos de Belford Roxo entra para o tráfico para tentar vingar a morte do filho, diz polícia

Anderson de Jesus, pai de Lucas Matheus, de 9 anos, foi preso na sexta-feira (29) na comunidade da Palmeira junto a criminosos de uma facção rival a que teria capturado o menino.

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Meninos de Belford Roxo pouco antes de desaparecerem — Foto: Reprodução/TV Globo
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O pai de um dos três meninos desaparecidos e mortos da Comunidade da Castelar, em Belford Roxo, se alistou no tráfico de drogas para vingar o assassinato do filho.

Anderson de Jesus, pai de Lucas Matheus, de 9 anos, foi preso em uma operação da PM na última sexta-feira (29) na Comunidade da Palmeira.

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Na 54ª DP (Belford Roxo), se identificou e explicou que passou a integrar uma facção rival à do Castelar — que, segundo a Polícia Civil, capturou e assassinou as crianças.

“Na delegacia, ele se identificou como o pai do Lucas Matheus e disse que entrou para a facção para descobrir o assassino e vingar a morte do filho”, disse o delegado José Mário Salomão, da 54ª (Belford Roxo).

Ainda segundo o delegado, os PMs encontraram Anderson na Comunidade da Palmeira junto a um grupo criminosos de uma facção da região. Eles estavam trocando tiros com rivais do Comando Vermelho, que seria responsável pelo desaparecimento dos meninos.

Anderson foi autuado por associação para o tráfico e porte de arma de uso restrito. Ele foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), responsável pela investigação do desaparecimento de Lucas Matheus, de 9 anos, Alexandre Silva, de 11, e Fernando Henrique, de 12, para fornecer informações para esse inquérito.

Além dele, outras seis pessoas foram presas.

O g1 tentou contato com Camila da Silva, mãe de Lucas Matheus, para falar sobre a prisão, mas não obteve retorno.

O caso do desaparecimento das crianças

Os amigos Lucas Matheus, Alexandre Silva e Fernando Henrique saíram de suas casas pouco depois das 10h de um domingo, 27 de dezembro de 2020. Foram brincar num campo de futebol ao lado do condomínio onde viviam e nunca mais foram vistos.

A última imagem das crianças, que costumavam perambular pelas ruas da região sozinhas, foi registrada às 13h39 daquele dia, na Rua Malopia, no barro vizinho da Areia Branca.

O inquérito instaurado para investigar o caso está em fase de conclusão na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).

Dez meses depois, a Polícia Civil não tem mais dúvidas de que os três foram mortos pelo tráfico da comunidade do Castelar, em Belford Roxo. A principal suspeita é de que a motivação para a barbaridade tenha sido o furto de uma gaiola de passarinhos.

“Quem matou os meninos da Baixada foram os traficantes do Castelar. Desde o início, a gente tinha esse linha como a mais forte, mas também a gente tinha outras linhas que, durante a investigação, foram sendo descartadas”, disse o secretário da Polícia Civil, Allan Turnowski em 9 de setembro no RJ2.

Mortes e desaparecimentos após sumiço das crianças

A Polícia Civil do RJ investiga uma série de crimes cometidos pela facção criminosa Comando Vermelho que dificulta a elucidação sobre o desaparecimento dos meninos Lucas Matheus, de 9 anos, Alexandre Silva, de 11, e Fernando Henrique, de 12, em 27 de dezembro de 2020, no bairro Castelar, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

Durante dez meses de investigação, dois assassinatos e três desaparecimentos indicam, para investigadores da polícia carioca, que o Comando Vermelho decidiu punir pessoas consideradas responsáveis pelas mortes dos meninos.

São investigados os desaparecimentos e mortes de:

  • Willer Castro da Silva, o Stala, gerente do tráfico de drogas do Castelar – teria sido executado no Complexo da Penha
  • Leandro Alves de Oliveira, o Farol, gerente do tráfico do Castelar- Polícia investiga se é dele um corpo carbonizado achado em um carro
  • Homem conhecido como Guil, irmão da traficante Ana Paula da Rosa Costa – Polícia investiga se é dele um corpo carbonizado achado em um carro
  • Ana Paula da Rosa Costa, outra responsável pelo tráfico no Castelar- Investigação apura informação que ela foi morta, esquartejada e seu corpo carbonizado no Complexo da Penha
  • José Carlos Prazeres da Silva, o Cem ou Piranha, principal chefe do tráfico no Castelar – teria sido executado a tiros. Corpo ainda não foi encontrado.

O primeiro desaparecimento investigado foi Willer Castro da Silva, o Stala, gerente do tráfico de drogas do Castelar. As investigações indicam que em 11 de janeiro deste ano, ele e outros dez traficantes torturaram um homem dentro da favela.

Depois, o grupo obrigou moradores a levar o homem até a 54ª DP (Belford Roxo), com pés e mãos amarrados e com um cartaz de papelão escrito: “Suspeito do desaparecimento das três crianças pego por moradores do Castelar”. Todos foram indiciados pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) por tortura e corrupção de menores.

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