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Avô se surpreende ao encontrar outra criança enterrada no túmulo do neto, em Cascavel

Ao questionar equipe do cemitério, ele foi informado que exumação ocorreu após acabar prazo para utilização do túmulo cedido pelo município. Avô critica falta de comunicado sobre a medida. Caso parecido também ocorreu em Foz do Iguaçu.

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Túmulo do neto estava com o nome de outra pessoa, em Cascavel — Foto: Hugo Mendes/RPC
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Um avô disse ter sido surpreendido ao visitar o túmulo do neto e encontrar outra criança enterrada no lugar, em Cascavel, no oeste do Paraná, na terça-feira (2), no Dia de Finados.

Segundo o vigilante Vilmar de Souza, o neto dele morreu após seis dias de vida, em 2017. Quando chegou ao local do túmulo, encontrou o nome de outra pessoa enterrada e não achou o neto.

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Ao procurar pela equipe da Administração dos Cemitérios e Serviços Funerários de Cascavel (Ascesc), o avô foi informado que o corpo do neto dele havia sido exumado, pois o prazo para a utilização do túmulo cedido pelo município tinha acabado.

“Acabei até chorando, porque é uma coisa que revolta a gente. Eles fazem as coisas do jeito deles como se fosse um indigente, um animal ou qualquer coisa assim. Eu acho que eles deviam ter um pouco mais de respeito com as famílias”, disse o avô.

De acordo com a administração, o prazo cedido para o uso de graça de terreno no cemitério é de três anos e seis meses. Depois desse período, a exumação do corpo fica autorizada.

Souza criticou a falha na comunicação entre a Asesc e a família. Segundo o avô, quando estava perto de completar três anos usando o terreno do município, eles entraram em contato com a Acesc por telefone.

Entretanto, a Asesc informou, segundo o avô, que depois três anos a família tinha ainda mais dois anos para regularizar a situação. Por isso, Souza e o filho dele não foram atrás de comprar um terreno.

“Eu senti uma revolta porque você vai lá achando que seu neto está ali, mas se depara no túmulo com o nome de uma outra criança. Por que eles não arrumam um meio mais fácil de avisar? Então se eu não tivesse ido ver o túmulo? Eu não ia ficar sabendo, ia vencer os cinco anos, iam tirar do ossário e levar para o crematório sem a gente ficar sabendo.”

O superintendente da Acesc, Beto Guilherme, informou que a administração não entra em contato avisando que venceu o prazo para usar o terreno de graça, pois o aviso é feito na hora da contratação do funeral.

“Quando vai entrar no cadastro tem uma observação, se família tem interesse de adquirir um terreno. Aí sim, entra-se em contato com aquela família que está exaurindo o prazo, que ela deve vir até a Asesc para decidir aquela situação. O que eu sempre peço para as famílias com alguém sepultado nesse critério, não utilize somente do telefone, utilize do telefone para pedir uma informação, mas para tratar especificamente desses casos, o ideal é o familiar responsável que contratou o funeral, parente de primeiro grau, que vá até a Asesc para tratar pessoalmente o assunto.”

Souza informou que o caso dele está sendo resolvido. O filho dele, que mora em Santa Catarina, foi para Cascavel para regularizar a situação, pois é o único autorizado a fazer o pedido de exumação.

Assim, os restos mortais do neto de Souza ficará em um túmulo da família.

Cascavel conta com quatro cemitérios principais, na região urbana — Foto: Acesc/Divulgação

Cascavel conta com quatro cemitérios principais, na região urbana — Foto: Acesc/Divulgação

Isenção

De acordo com a prefeitura, moradores com Cadastro Único (CadÚnico) têm direito ao funeral isento de taxas, em Cascavel.

Nesse caso, a família tem um prazo maior maior para comprar o terreno nos cemitérios, que custam entre R$ 2 a R$ 10 mil.

Após o período para regularização, os restos mortais são levados ao ossário coletivo, que fica no Cemitério Jardim da Saudade, no Bairro Guarujá.

No local, os ossos de pessoas indigentes ou sem identificação ficam em sacos etiquetados.

Anos atrás, cerca de cinco toneladas de ossos foram incinerados por uma empresa contratada pelo município. Segundo a prefeitura, provavelmente, em 2022 esse serviço será necessário novamente.

Túmulo vazio, em Foz do Iguaçu

Dona Tarcila e a irmã Felícia Carvalho levaram um susto quando foram visitar o túmulo onde a mãe está enterrada, no cemitério São João Batista em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, pois encontraram o local aberto.

“Eles abriram, tiraram a cerâmica, quebraram a capelinha que tinha na cabeceira, e estava o buraco aberto. Já quis me dar um treco ali mesmo”, disse a filha.

Na administração, elas foram informadas que o terreno foi desapropriado por falta de pagamento da taxa de manutenção.

A família disse que tinha ciência da dívida, de cerca de 1,2 mil acumulada nos últimos 11 anos, mas quando foram atualizar o endereço, ninguém avisou da notificação e nem que poderiam perder o terreno.

“Agora elas chegam lá, que finalmente podem sair de casa um pouco, e dão de cara com o túmulo aberto. A gente se sente um lixo. Estamos devendo e estamos sendo punidos por negligencia. Chegamos lá e inúmeras famílias chorando por causa disso”, disse a neta Ellen Iolanda Carvalho Doldan.

A administração do cemitério disse que enviou uma carta de notificação com Aviso de Recebimento para a família, mas não teve retorno. Diante disso, seguiu o protocolo previsto em lei e fez a exumação.

Segundo o gerente operacional dos cemitérios de Foz do Iguaçu, Guilherme Barbosa Domingues, após três anos de atrasado da taxa de manutenção, consecutivos ou não, eles podem notificar a família. Caso não regularize a situação, ocorre a desapropriação.

O túmulo está com a família há cerca de 80 anos. Além da avó e da mãe, nele também estavam sepultados dois sobrinhos.

Agora a família deve entrar com a ação por meio de uma advogada, para tentar reverter o caso.

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