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Casagrande: “Neymar está fora de forma. Tite deveria tê-lo tirado do jogo”

Na minha opinião, o Tite deveria ter tirado o Neymar da partida

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|Foto: Reuters|
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A seleção brasileira venceu o Chile por 1 a 0 na última quinta-feira, fora de casa, e chegou a sete vitórias seguidas nas Eliminatórias, com o Tite batendo o recorde que era do saudoso João Saldanha, nas Eliminatárias para a Copa do Mundo de 1970. Mas a partida não foi tranquila. Longe disso.

No primeiro tempo, o Chile dominou praticamente o tempo todo, criando chances de gol, pressionando a seleção brasileira. Não fosse o Weverton, teríamos tomado pelo menos um gol na primeira etapa.

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Uma falha de marcação grave foi deixar o Vidal pegar na bola com espaço para pensar, criar jogadas, chutar de fora área, bater faltas e pegar a segunda bola quase sempre. Esse foi o maior risco nesse jogo, e o Brasil não encaixou o contra ataque.

Só uma fez, com uma escapada do Gabriel que o Neymar desperdiçou. E mais nada.

O time foi escalado sem jogadores de criatividade no meio campo e sem agressividade ofensiva. Talvez o Tite tenha se equivocado na escalação inicial, tanto que no intervalo ele tirou o Vinicius Jr, que foi sacrificado pelo esquema, e o Bruno Guimarães, que estava com o cartão amarelo.

Ele colocou o Gerson e o Everton Ribeiro, que deram uma dinâmica diferente na partida e mais criatividade no meio. Adiantou a marcação e jogou melhor do que o Chile no segundo tempo, conseguindo fazer o gol com o Everton Ribeiro. Ele definiu o jogo!

Agora sobre o Neymar. Ele está claramente fora de forma, lento e perdeu quase todas as jogadas que tentou fazer. Na minha opinião, o Tite deveria ter retirado o Neymar da partida. Era um jogo de Eliminatórias de Copa do Mundo, e não um futebolzinho com “parças” depois de um churrasco.

O Cristiano Ronaldo jogou a Eurocopa na mesma época da Copa América e teve o mesmo tempo de férias dos jogadores que participaram desses dois torneios e se apresentou para a seleção portuguesa em forma e foi decisivo como sempre, então não é natural um jogador se apresentar do jeito que o Neymar se apresentou.

Agora, no futebol, não só com a bola rolando, existem muitas grandes histórias culturais e às vezes políticas nesses confrontos com seleções na América do Sul.

Como sempre fazia gols contra o Chile, com o meu amigo Rojas no gol, o jornal El Mercúrio fez uma grande entrevista comigo e entre as perguntas teve uma interessante.

Qual foi o melhor jogador chileno que eu vi jogar?

E apesar de Elias Figueroa ter sido uns dos grande zagueiros que vi, sendo bicampeão brasileiro em 1975 e 1976 pelo Internacional inclusive fazendo o gol do título de 75 contra o Cruzeiro, escolhi o Carlos Caszely.

Ele foi um dos grandes atacantes da história do futebol chileno e joguei na despedida dele em Santiago num Chile 2×1 Brasil. Caszely fez o segundo gol chileno, o primeiro tinha sido do Rubio, e eu fiz o gol do Brasil.

Mas a história dele vai além das quatro linhas, porque a sua mãe era contra a ditadura de Augusto Pinochet e foi presa e torturada no estádio Nacional de Santiago, onde muitos foram torturados, mortos e outros desapareceram.

E ele não se intimidou e se posicionava contra essa ditadura sangrenta e covarde muito parecida com a que vivemos aqui durante vinte anos. Eu li tantas bobagens, mas separei uma absurda:

“O Casagrande falou de um jogador que só ele conhece”.

Antes de falar essas coisas, a pessoa precisa estudar a história do futebol e ter uma cultura futebolística suficiente para dar uma opinião e não fazer papel de ridículo.

Sou apaixonado pelo Chile e pela sua cultura e vou citar mais duas pessoas que admiro muito: uma é a compositora e cantora Violeta Parra, que tem uma obra extensa e deixou coisas maravilhosa que foram eternizadas com vozes incríveis.

“Gracias a la vida” é uma canção belíssima que a inesquecível Elis Regina gravou num dos maiores discos da história da música popular brasileira que foi Falso Brilhante.

“Volver a los diecisiete”, outra música espetacular, que marcou a minha adolescência nas vozes de Milton Nascimento e Mercedes Sosa.

E por último cito o grande poeta Pablo Neruda, que ganhou o prêmio Nobel de literatura em 1971 e morreu em 1973 deixando uma obra belíssima, inclusive, quando morava na Itália assisti ao filme “Il Postino”, de 1994, que aqui no Brasil se chama “O carteiro e o Poeta”, que conta a história de um período da vida de Pablo Neruda, exilado na Itália, quando o único contato que ele tinha era exatamente o carteiro, que no filme é interpretado pelo saudoso ator italiano Massimo Troisi.

Gostaria de explicar que gosto muito de futebol mas gosto muito da cultura dos países pelo mundo e às vezes faço isso durante a transmissão, porque nunca vou deixar de lado o conhecimento cultural e falar só de futebol.

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