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Irã fecha temporariamente central nuclear após ‘falha técnica’

Planta de Bushehr preocupa países vizinhos por ter sido construída em uma área de terremotos

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Ciclista passa em frente ao prédio do reator da usina nuclear de Bushehr, nos arredores da cidade de mesmo nome no sul do Irã, em foto de 26 de outubro de 2010. A única usina nuclear do país sofreu um desligamento de emergência temporário, noticiou a TV estatal em 20 de junho de 2021. — Foto: Majid Asgaripour/Mehr News Agency via AP
Rui Barbosa

A única central nuclear do Irã foi fechada nesta segunda-feira (21) por “alguns dias” após uma “falha técnica” de natureza não especificada, informou a Organização de Energia Atômica do Irã (OIEA).

A OIEA afirmou que a central nuclear de Bushehr “foi paralisada temporariamente e desconectada da rede elétrica nacional”.

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“Naturalmente, depois de corrigida a falha técnica, a central voltará a ser conectada à rede elétrica nacional”.

A empresa iraniana de distribuição de energia elétrica disse que a central de Bushehr passa por trabalhos de “reparo”, que podem prosseguir até o fim da semana, e pediu à população que limite o consumo para não saturar a rede durante o período de muito calor.

Localizada na cidade de Bushehr, no sul do país, a usina é equipada com um reator de 1 mil MW, foi construída pela Rússia e iniciou suas operações em 2013. Desde 2016, empresas russas e iranianas constroem mais dois reatores de 1 mil MW no local.

Área de terremotos

Bushehr é um porto no Golfo e fica mais próximo das capitais de várias monarquias da Península Arábica do que de Teerã.

A central preocupa os vizinhos do Irã por ter sido construída em uma área que terremotos são frequentes. Esses países já expressaram em várias oportunidades a preocupação com a sua confiabilidade e o risco de vazamentos radioativos em caso de um grande terremoto.

Em abril, a região foi abalada por um tremor de 5,8 graus de magnitude, segundo o Centro Geológico dos Estados Unidos (USGS). Cinco pessoas ficaram feridas, segundo a imprensa estatal iraniana.

“Todas as instalações, equipamentos e edifícios da central nuclear de Bushehr estão em perfeito estado e suas atividades não foram interrompidas pelo terremoto”, afirmou a central nuclear na ocasião.

Até 20 centrais nucleares

Teerã e várias cidades iranianas sofreram em maio uma série apagões, que a imprensa local atribuiu à seca, que afetou a geração de energia elétrica, e à mineração de criptomoedas, uma atividade que consome muita eletricidade.

O presidente Hassan Rohani anunciou no mesmo mês que a mineração de criptomoedas estava proibida até o fim do verão (no hemisfério norte, inverno aqui no Brasil).

Grande produtor de petróleo e gás, o Irã pretende construir até 20 centrais nucleares para diversificar seus recursos energéticos e depender menos dos combustíveis fósseis para consumo interno.

Acordo nuclear

Após anos de tensões por seu polêmico programa nuclear, o Irã assinou em 2015 um acordo com os principais países do mundo (Estados Unidos, China, Rússia, Alemanha, França e Reino Unido).

O pacto oferecia à República Islâmica do Irã um alívio das sanções ocidentais e da ONU. Em troca, o país se comprometeu a não desenvolver armas atômicas e reduzir drasticamente seu programa nuclear.

Mas o acordo foi prejudicado em 2018, após o então presidente americano, Donald Trump, abandonar o pacto e restabelecer as sanções ao país. Com Joe Biden na Casa Branca, os países voltaram a negociar o retorno dos EUA.

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