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Por que o Papa Francisco vai viajar ao Iraque em meio à pandemia de Covid?
Mulher caminha perto de pôster que dá boas-vindas ao Papa Francisco em Bagdá em 4 de março — Foto: Reuters/Teba Sadiq
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O Papa Francisco fará nesta sexta-feira (5) a viagem de número 33 de seu pontificado, com o objetivo de transmitir uma mensagem de paz e reconciliação no Iraque, país confinado pela pandemia e afetado por anos de violência.
De acordo com analistas, Francisco, que deseja entrar para a história por sua defesa dos pobres e da paz, fará a viagem mais arriscada de seus nove anos como Papa. Mas o fará sob forte esquema de segurança.
Que lugares o papa vai visitar?
O pontífice, que ao lado de seu séquito e dos jornalistas que o acompanham foram vacinados, visitará Bagdá e Erbil, duas cidades que foram cenários recentemente de ataques com foguetes contra alvos americanos.
Apesar dos riscos, Francisco manteve a agenda e declarou que não se pode decepcionar “pela segunda vez este povo”, depois de recordar o cancelamento da visita em 1999 de João Paulo II.
No sábado, o papa visitará Ur, uma etapa com fortes vínculos espirituais, pois a área foi o berço do cristianismo, a terra do profeta Abraão, pai das três religiões monoteístas.
![Membro das forças de segurança iraquianas passa diante de cartas de boas-vindas ao Papa Francisco no Iraque — Foto: Reuters/Teba Sadiq](https://i0.wp.com/s2.glbimg.com/oM2JqqZsrW3f6ML2M5hzYyK--QY=/0x0:5568x3712/1008x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/2/9/gsP1VJSPeJf3Xti10hkw/2021-03-04t110151z-1289854927-rc2b4m9ofy8d-rtrmadp-3-pope-iraq-security.jpg?w=740&ssl=1)
No mesmo dia ele se reunirá na cidade sagrada de Najaf, no sul, com o grande aiatolá Ali Sistani, de 90 anos, principal autoridade para os xiitas no Iraque, um gesto a favor do diálogo com todos os muçulmanos.
Quais os desafios da viagem?
A visita papal não representa apenas um desafio do ponto de vista religioso, mas também logístico e sanitário, com um novo pico de contágios de coronavírus de 4.000 casos diários no Iraque.
A visita do pontífice argentino ao Iraque será marcada pela ausência de multidões e o obrigará a utilizar um automóvel blindado em seus deslocamentos.
Apenas no estádio de Erbil, com capacidade para 20.000 pessoas, ele falará para 4.000 fiéis na missa dominical, segundo fontes locais.
O pontífice também tem uma escala programada para Mossul, que foi reduto dos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI).
Que mensagem o papa quer levar aos iraquianos?
O Papa Francisco já enviou antecipadamente enviou uma mensagem emocionada aos iraquianos, na qual defende a reconciliação nesta terra, berço das regiões, afetada por anos de violência e guerras.
“Vou como peregrino (…) implorar ao Senhor perdão e reconciliação, após anos de guerra e terrorismo (…) e vou entre vocês como um peregrino da paz”, declarou.
“Anseio conhecê-los, ver seus rostos, visitar sua terra, antiga e extraordinária, berço da civilização”, afirmou o pontífice argentino, que deseja cumprir o sonho do papa João Paulo II, que não conseguiu viajar ao Iraque.
“Vou como um peregrino da paz em busca da fraternidade, animado pelo desejo de rezar juntos e caminhar juntos também com irmãos e irmãs de outras religiões”, ressaltou, em referência a um país majoritariamente muçulmano, onde os poucos cristãos que conseguiram permanecer ainda sofrem ameaças e agressões.
Em sua mensagem, Francisco se dirige a muçulmanos, judeus e cristãos como “uma só família” e os incentiva a “seguir adiante”, que não se rendam, para reconstruir e curar feridas.
“A vocês, cristãos, muçulmanos; a vocês, povos como os yazidis, que tanto sofreram; a todos vocês. Vou para a vossa terra abençoada e ferida como um peregrino da esperança”, explicou.
Com informações/G1
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