Podas sem planejamento dificultam a coleta e destinação correta dos resíduos em Pato Bragado

A Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente e Secretaria de Obras, Viação e Urbanismo seguem o calendário de recolha bimestral de materiais picados, oriundos dos resíduos de poda. A procura é grande e o município dispõe de máquinas e equipamentos que realizam a trituração desses materiais, que são transformados em um resíduo orgânico ideal para a compostagem e que pode ser utilizada como adubo em canteiros.

Apesar do roteiro estipulado pelo calendário, ainda são enfrentadas dificuldades no processo de recolha, como explana a secretária de Agricultura, Jaqueline Vanelli.

“As pessoas não estão fazendo a poda no período indicado, ou seja, sem planejamento. Se todos realizarem a poda pouco antes dos dias estipulados para a coleta e depositarem os resíduos nas calçadas, a Secretaria de Obras passa com o triturador e os resíduos são destinados à doação aos produtores rurais”.

Segundo a secretária, outro problema abordado pelos servidores públicos no momento da trituração é a contaminação, pois onde deveriam estar apenas resíduos da poda também são descartados móveis, eletrodomésticos, colchões, eletrônicos, animais mortos e até mesmo resíduos domésticos.

Jaqueline que é engenheira agrônoma e mestre em Agronomia (produção vegetal), explica que existem alguns tipos de poda possíveis e a escolha mais adequada será aquela que permita o desenvolvimento saudável da planta:

Poda de formação – Realizada em viveiros;

Poda de condução – É feita quando a muda já está plantada no local definitivo. A intenção é conduzir a planta em seu eixo de crescimento, retirando os ramos indesejáveis e ramificações baixas;

Poda de limpeza – Realizada para eliminação de ramos secos e mortos, que perderam sua função na copa da árvore e representam riscos devido a possibilidade de queda. Também devem ser eliminados os ramos ladrões e brotos de raiz, ramos doentes, praguejados ou infestados por ervas parasitas, além da retirada de tocos e remanescentes de podas mal executadas, uma vez que podem vir a ocasionar problemas fitossanitários;

Poda de correção – Visa eliminar problemas estruturais, removendo partes da árvore em desarmonia ou que comprometam a estabilidade. É promovida com o objetivo de equilibrar a copa;

Poda de adequação – É empregada para solucionar ou amenizar conflitos entre equipamentos urbanos e a arborização, como por exemplo, rede de fiação aérea, sinalização de trânsito e iluminação pública;

Poda de levantamento – Consiste na remoção dos ramos mais baixos da copa. Geralmente é utilizada para remover partes da árvore que impeçam a livre circulação de pessoas e veículos;

Poda de emergência – Realizada para remover partes da árvore como ramos que se quebram durante a ocorrência de chuva, tempestades ou ventos fortes, que apresentam risco iminente de queda podendo comprometer a integridade física das pessoas, do patrimônio público ou particular.  

PODA NA ÉPOCA CERTA

Antes de realizar essa tarefa, a profissional explica que é preciso atentar ao ciclo produtivo de cada planta, que é dividido em três fases principais:

Repouso vegetativo – É a fase de menor atividade metabólica quando as árvores de folhas caducas perdem suas folhas;

Período vegetativo – Ocorre em decorrência das mudanças das condições ambientais, com intensa atividade de produção e renovação de ramos e folhas;

Reprodutiva – Com o surgimento de flores, frutos e sementes, a etapa seguinte consiste no repouso vegetativo.  

Portanto, Jaqueline orienta que a poda seja realizada entre os meses de março a setembro, após a florada, se não houver interesse nos frutos e sementes, com exceção das espécies que apresentam repouso vegetativo verdadeiro, para as quais é recomendada a poda no outono-inverno quando estão sem folhas.